quinta-feira, 27 de junho de 2013

Sessão do descarrego

 
Sempre me senti muito mais a vontade para falar sobre as coisas, quando estas eu não me envolvia, gostava de música mas nunca me atrevi a tocar nada, amava literatura porém meus textos eram extremamente simplórios, isto talvez explicaria a facilidade a qual eu tinha de escrever sobre o amor.
Certa vez me perguntaram o que me mais me chamava a atenção em uma mulher; refleti por alguns minutos, gosta de pernas, brancas e magras, de lábios, vermelhos e pequenos, mas nada me fazia sentir mais arrepios que um sorriso. Sempre quis ter um sorriso bonito, o meu parecia engessado, forçado, amarelo demais, triste demais, sentia um desconforto ao sorrir, doía.
Você sabe que uma menina realmente é bonita quando olha pra aquele sorriso e pensa: "- Porra, tô fodido!", uma tática covarde que sempre me desarmou, me colocou na lona, perdido e confuso.
De um tempo pra cá, comecei a escrever, bebia muito, não mantinha hábitos saudáveis, sentia frio, apenas frio, não dormia bem, esse é um mal dos escritores, descarregar tudo em uma folha branca de papel, sangrar tinta preta e ao fim de um bom texto não sobra nada lá, não sobra nada lá dentro do peito e então você se torna vazio de novo, não é paz, não é tristeza é só aquela carapaça estranha e vazia. Escrevia idealizando mulheres, idealizando romances, era fácil pra mim.

Vinícius Victor A. Barros

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